No dia 12 de dezembro de 2025, o Porto foi o palco de uma iniciativa da Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE) e da Comissão Europeia para debater o futuro da política comercial da UE: o "Dia de Acesso ao Mercado" (Market Access Day). 

O evento, realizado no emblemático Palácio da Bolsa, teve como objetivo central promover o diálogo entre as instituições europeias, entidades públicas nacionais e o setor privado, sensibilizando para as oportunidades geradas pelos Acordos de Comércio da União Europeia (UE) com países terceiros.

A sessão de abertura contou com as intervenções de Nuno Botelho, Presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), e do Secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira. Ambos sublinharam a importância do comércio internacional e da política comercial comum da UE para o crescimento da economia portuguesa, especialmente na atual conjuntura global de instabilidade.

O orador principal, Denis Redonnet, Diretor-Geral Adjunto e Responsável pela Aplicação da Política Comercial da UE (CTEO), abordou a importância da execução e cumprimento da política comercial da UE e o seu impacto direto na competitividade das empresas portuguesas, especialmente num contexto de crescente fragmentação geopolítica.

O debate prosseguiu com um painel sob o tema “A geoeconomia e o futuro da política comercial da UE”, moderado por Gonçalo Lobo Xavier (APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição), que contou com as visões estratégicas de Denis Redonnet, de Fernanda Ferreira Dias (Diretora-Geral das Atividades Económicas) e de João Luís Amador (Banco de Portugal / Nova SBE). O impacto da instabilidade internacional e a necessidade de reforçar a resiliência nas cadeias de valor foram temas centrais, reforçando a importância do posicionamento estratégico de Portugal.

O evento incluiu ainda uma sessão técnica onde foram apresentadas ferramentas digitais criadas pela Comissão Europeia, fundamentais para apoiar as PME: a plataforma Access2Markets (reúne informação crucial sobre mercados de países terceiros), o Single Entry Point (ponto único de entrada para apresentação de queixas sobre barreiras de acesso ao mercado de países terceiros) e o ROSA (ferramenta de autoavaliação de regras de origem). 

No painel final “Vantagens dos Acordos de Comércio Livre da UE - Casos de sucesso nos mercados de países terceiros”, moderado por Philomène Dias (AICEP), as empresas Symington Family Estates (setor vitivinícola), The Navigator Company (setor da pasta e papel) e Petratex (setor têxtil) partilharam testemunhos da sua experiência na utilização dos Acordos de Comércio Livre da UE e de como estes foram uma alavanca para a competitividade, a diversificação de mercados e a internacionalização das suas empresas.

O encerramento oficial coube à Diretora-Geral das Atividades Económicas, Fernanda Ferreira Dias, que destacou o papel fundamental do trabalho conjunto entre a Comissão Europeia e os Estados-Membros no âmbito da política comercial comum.

A declaração final deixou uma mensagem clara de confiança: os Acordos de Comércio Livre da UE estão a traduzir-se em benefícios concretos para as empresas nacionais, permitindo-lhes competir ao mais alto nível. 

Foram enfatizados o mérito e a excelência das empresas nacionais, cujo compromisso com a inovação e a dupla transição (verde e digital) tem sido determinante para projetar a competitividade nacional a nível global e assegurar uma posição de liderança nos mercados mais exigentes. 

18-12-2025